"Minha função é
só ir passando o que vou coletando desse passado maravilhoso.
Vivíamos um clima
cheio de esperança, de ideais, de união."
Mônica Alencar
Mônica Alencar e Valdenir Benedetti montaram uma escola em
São Paulo, que funcionou de dezembro de 1988 a 1992. Como cada escola tem um
estilo próprio, vejamos as características desta que, entre outros aspectos,
ganhou especial divulgação na grande mídia.
ORIGEM GREGA
Mônica Alencar havia passado quatro anos na Grécia onde
tinha estudado mitologia, filosofia e astrologia. Havia trazido na bagagem o
desejo de fundar um instituto que trouxesse uma variedade de conhecimentos e
saber como outrora tinha acontecido na Grécia Antiga.
Em um congresso no Rio de Janeiro conhece Valdenir
Benedetti. A partir desse encontro, Mônica foi conhecendo outros astrólogos
brasileiros. Tudo era favorável e, assim, todos foram se juntando no desenho de
suas intenções. A empresária Renata Pierotti se ocuparia das questões administrativas.
O convite e folheto distribuído na inauguração foi desenhado
por Newton Mesquita, arquiteto, artista plástico e fotógrafo. Colunas gregas
foram escolhidas como símbolo por serem a fiel representação de uma arquitetura
e civilização que tinham marcado os estudos de Mônica. O nome escolhido,
ASTRO*LOGOS, enfatiza nos elementos semânticos a origem grega e as intenções
desse empreendimento.
Valdenir Benedetti se encarregou do folheto de apresentação
da escola na maior parte de seu conteúdo. Na frase a seguir, ele descreve as
motivações e objetivos da instituição: “O ASTRO*LOGOS encara a astrologia como
um instrumento de crescimento do SER, uma linguagem que nos dá a possibilidade
de reatarmos o contato perdido com a NATUREZA – a nossa NATUREZA.”
Essa perspectiva astrológica que pode ser muito difundida
hoje em dia, naquela época representava o que de melhor começava a aparecer
como reflexão a respeito dos objetivos da astrologia.
Além da função e do conceito de astrologia esse folheto
divulgava também as atividades, os professores fixos e os convidados. Alguns
dos workshops tratavam de assuntos tais como o tarô, cinema em abordagem
junguiana, o simbólico, astrologia cármica e esotérica, lunações, sonhos em uma
ousada variedade de interesses afins.
Os professores da escola eram além de Mônica Alencar e
Valdenir Benedetti, Wanderlei Vernilli, Marylou Simonsen, Zeferino Pina Costa e
Antônio Carlos Bola Harres. Os convidados eram muitos entre os quais podemos
citar Ademar Eugênio de Melo, Cláudia Castelo Branco, Márcia Mattos, Walderson
de Souza e Heloisa Cupini.
INDO ALÉM, ASCENDENTE
SAGITÁRIO
O espaço físico escolhido era grande e, portanto, compatível
com a dimensão do projeto: um instituto que apresentaria os saberes como teria
acontecido na Grécia Antiga. Com Ascendente e Sol em Sagitário, a escola teria
que ter a marca desse Arqueiro.
A escola ocupava o térreo de um imóvel de três andares em
bairro bem localizado na esquina da rua Manoel Guedes com a rua Pedroso
Alvarenga. Ele foi reformado por Mônica para servir aos objetivos da escola e
contava com recepção, salas de consulta, de aulas, biblioteca. Tudo foi
cuidadosamente pensado, tendo ganhado até elementos de decoração especiais tais
como um desenho do artista plástico Antonio Peticov.
A inauguração ocorreu em dezembro de 1988. O espaço das ruas
em volta foi fechado com velas da artista Giada Ruspoli. O gelo seco na entrada
e as mesas em pedras de ardósia polida desenhavam um ambiente elegante e com um
toque à frente do tempo e, ao mesmo tempo, lúdico. Foi uma grande festa com
garçons e prestigiada por gente importante do meio astrológico, amigos e
pessoas da sociedade em geral como Olavo Setúbal Filho e sua esposa Nadja,
Maria Eduarda Melão, Maria Eudóxia Melão, Rosita Schmit de Vasconcellos
(organizadora do jantar) Elzinha Barroso, fotógrafa, Soninha Gonçalves,
assessora de imprensa que cobriu o evento. Estiveram também presentes Zeferino
Costa, Marylou Simonsen, Márcia Mattos e Milton Maciel entre outros.
Os objetivos Ensino e Pesquisa foram escolhidos como base
essencial de todas as atividades. O ensino da astrologia teria aberturas a
novidades, sem rigidez de qualquer tipo, inclusive acadêmicas. Pesquisar
significava entender a Astrologia como um universo de possibilidades amplas, um
tanto além da visão determinista. O mapa natal seria observado como um recurso
a ser explorado, sem fatalismos. Ensino e pesquisa deveriam servir à busca do
simples, tirando as arestas, em direção à alma. Era uma ação transformadora que
desejava atingir a essência do ser humano, sem enfeites desnecessários.
A divulgação promoveu a escola na grande mídia. Os jornais
Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo publicaram matérias grandes. Mônica
ganhou matéria de capa do Caderno especial Jardins de O Estado de SP em
14 junho de 1991, que tinha o título Onde o oculto é levado a sério. Em
outra matéria ela foi uma das cinco personalidades que beneficiaram a cidade de
São Paulo, um destaque de 1991.
Ela atendia como clientes editores de revistas como a Vogue
(Fernando Bastos) e Desfile (Elza Lucchesi) e empresários, tais como Perla
Nahum que lidava com grandes eventos no mundo da moda e dos negócios. Depois de
uma entrevista dada no programa do Amauri Jr, ela se tornou uma das imagens na
apresentação do programa por cerca de dois anos. Recebeu convite para a
elaboração da campanha de eleição de Fernando Collor entre outros.
Foi uma espécie de conspiração cósmica para que as ações se
multiplicassem e a escola cumprisse seu destino de ampliar a divulgação da
Astrologia para outros mundos com credibilidade e respeito.
Em entrevista, Mônica Alencar mostrou-se cheia de entusiasmo
e de saudades ao lembrar a construção dessa escola que foi seu grande legado
construído com determinação, foco e disciplina. Valdenir Benedeti foi, sem
dúvida o grande parceiro no desenvolvimento desse ideal.
Érico Vital Brasil esteve presente à inauguração. Com Mônica
criou um projeto de junção da ASTRO*LOGOS com a escola carioca Astrociência,
realização dele que formou uma importante geração de astrólogos no bairro de
Laranjeiras. Como diz o folheto de inauguração, as duas escolas “têm um
propósito comum: fazer uma astrologia de seriedade. ”
A citação a seguir, na apresentação da escola, nos diz da
missão e exercício da Astrologia: “A ASTROLOGIA é uma maneira de aprendermos a
utilizar as potencialidades adormecidas, os recursos interiores que esperam
pelo estímulo do conhecimento. Ela possibilita uma real integração entre o
indivíduo e sua essência. Somos “buscadores “: do conhecimento, da
transformação, enfim, da consciência. Assumimos o compromisso com essa busca. ”
Muito legal essa reconstituição histórica da Astrologia no Brasil que vc está fazendo Anna. É uma viagem gostosa no tempo conhecer essas histórias.
ResponderExcluirAna querida, adorei! Seu trabalho de reconstituir a historia da Astrologia no Brasil é muito bonito e importante. Hoje o meu querido amigo e parceiro Valdenir Benedetti está sorrindo no céu. Missão cumprida. Muito Obrigada. Mônica Alencar
ResponderExcluirótimo trabalho...
ResponderExcluirPrazer em te conhecer, Monica
abraço voce!