sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

ESCOLA JÚPITER DE ASTROLOGIA, SEMENTE E CELEIRO


Ana Maria Mendez González

Antonio Carlos Bola Harres diz em seu texto acerca da História da Astrologia Brasileira : “A Escola Júpiter acaba incentivando o surgimento de outras escolas: a de Cláudia Lisboa no Rio de Janeiro, de Maurice Jacoel-a Girassol- e a GEA-  Grupo de Estudos de Astrologia de Elizabeth Friederich.” (*)



Essa frase me deu um sinal que eu procurava para estabelecer uma relação entre escolas. O que teria realizado a Escola Júpiter para ser reconhecida como semente para o aparecimento de outras?


AULAS, PUBLICAÇÕES, EVENTOS


O terrestre, o habitual podes olhar
unindo o imediato ao imediato:
nisso se resume teu poder.
Mas tudo que latente e oculto age
No seio da natureza mais profunda;
A escada de espíritos que sobe
Desde o mundo poeirento até as estrelas
Onde atuam poderes celestiais,
Isso só quem vê é o olho claro
Dos filhos de júpiter, despertos.
Schiller
(versos citados em folheto de divulgação da escola)



Aula inaugural, 1979: Uma nova maneira de ensinar Astrologia
A Escola Júpiter foi fundada por Antonio Carlos Bola Harres, Mary Lou Simonsen e Olavo de Carvalho, tendo desenvolvido atividades entre 1979 e 1981, tempo curto de intensa atividade.

Além dos cursos (enumerados em folheto de divulgação) e atendimento de leitura de mapas, a escola realizou publicação de revistas, de livros e organizou três eventos no Augusta Boulevard Hotel em São Paulo.

O Primeiro Seminário de Astrologia, cujo tema era “A Astrologia na Era de Aquário” em 17 de fevereiro de 1979, contou com os palestrantes: Juan Alfredo César Müller, Antonio Carlos Harres, Olavo de Carvalho , Antonio Facciolo Neto e Emma Costet de Mascheville.
Cursos programados e a inspiração de Schiller

O Segundo Seminário de Astrologia aconteceu em setembro de 1979  e o terceiro, em 2 e 3 de fevereiro de 1980. Neste último o evento teve como palestrante estrangeiro convidado Boris Cristoff, nascido búlgaro e radicado no Uruguai.

Alguns astrólogos repetiram sua presença nos dois últimos eventos: Maria Eugênia, Emma Costet de Mascheville, Olavo de Carvalho, Antonio Carlos Harres.

Outros palestrantes estiveram em um ou outro encontro: Fiore Feola Filho, Elizabeth Friedrich, Juan Alfredo César Müller, Rodrigo Araês de Caldas Farias, Ignácio da Silva Telles, Marina Ungaretti, Gerson Corrêa, Gladys Zrncevich, Roberto Aguillar, Maria Glória Arieira, Roberto Denelli, Gary Dale Richman.

Propósito da Revista Júpiter

Um desses eventos apresentou um painel com o tema “Astrologia e comunicação social” de que participaram: Alcides Lemos, Luís Pellegrini, Waldir Zwetsch, Ana Maria Bahiana, José Emílio Rondeau, José Eduardo Borgonovi e Silva, Marco Antonio Lacerda e Fernando Portela.





DEPARTAMENTO DE PUBLICAÇÕES

Capa de uma das três revistas   
A escola desenvolveu um departamento de publicações de acordo com citação em um dos volumes da JÚPITER, REVISTA DE ASTROLOGIA. Dessa revista, segundo informações, houve três números. O índice de uma delas (a número 00) traz matérias escritas por Olavo de carvalho, por Antônio Carlos Harres, Juan Alfredo Cesar Muller, Emma Costet de Masheville. A filosofia estava presente em alguns de seus conteúdos sob autoria de Juan Alfredo César Müller e de Olavo de Carvalho.

Havia também o CADERNO DE ASTROLOGIA, que teria a intenção, expressa em uma cópia de setembro de 1980, ANO I, Número 2, de “publicar trabalhos e pesquisa astrológica realizados pelos professore e alunos.


Caderno de Astrologia com pesquisas de professores e alunos

O ousado projeto de editoração incluía a publicação de um livro de Müller (publicado em 1967; editora Cupolo/SP) em seis fascículos, que por sua vez, viriam dentro da revista e que seriam descartáveis: ALQUIMIA MODERNA (TRANSPSICOLOGIA). A capa plastificada com ilustração medieval seria comprada pela pessoa interessada e enviada por correio. Outros tempos!

Livro de Emma de Mascheville, lançado na Escola Júpiter 
Em 1980, a Escola Júpiter publicou o livro “ELEMENTOS BÁSICOS DE ASTROLOGIA”, de autoria de Emma de Mascheville, que vinha com frequência a São Paulo para dar cursos. Segundo Elizabeth Friederich, fundadora da escola Gea e que esteve na Escola Júpiter alguns meses como recepcionista e sublocando sala para atendimentos, D. Emma era uma pessoa que desenvolvia com simplicidade conceitos profundos, mesmo em sua comunicação mais cotidiana. 

Os ideais da escola estão descritos na primeira Revista de Astrologia (Ano I, nº 0, junho 1979). O último parágrafo da apresentação diz : ”O propósito da Escola Júpiter é contribuir para que a imensa riqueza representada por milênios de investigação e arte astrológica possa chegar até os estudiosos brasileiros e fecundar com novas sugestões, como novos enfoques e uma nova linguagem a criação permanente da cultura nacional. De uma cultura que, tendo superado todo provincianismo e toda inibição intelectual, se abra, frondosa e viva, para o desafio de pensar o homem em escala cósmica”.

Tais palavras de Olavo de Carvalho pontuam o alto teor das intenções dessa escola bem representados metaforicamente na imagem escolhida para seu logo. Trata-se de uma releitura da imagem do Homem Vitruviano, desenhado por alguns estudiosos entre os quais Leonardo da Vinci. O Homem de Vitrúvio, arquiteto romano, é um conceito que estabelece um cânone de proporções para o corpo humano. Na verdade, um ideal clássico de beleza. E pode ser também um símbolo de simetria do corpo humano e do universo. Os responsáveis pela escola Júpiter associavam a Astrologia com esse ideal de beleza e harmonia.


A ESCOLA JÚPITER NA MÍDIA

Publicação de Alquimia Moderna em fascículos
Algumas publicações na mídia de épocas diferentes podem nos dar uma ideia mais clara a respeito dos importantes efeitos da escola. 

A REVISTA VEJA de 09 de abril de 1980, no artigo “ALTO ASTRAL, já se faz horóscopo até por computador”, apresenta uma descrição da escola e da publicidade que a Astrologia ganha naquela época, pela presença da computação na Europa e que chega até o Brasil. A reportagem destaca que em um ano de funcionamento a Escola Júpiter dobrou o número de alunos de 70 para 140.  

Escola Júpiter na revista Veja.  Novidades divulgadas  

Empresário de óperas Marco Vigiani traz da França, de André Barbault, o Astroflash, programa que faz mapa em 45 segundos. Segundo o texto da revista, “O Astroflash é encarado pelos astrólogos apenas como uma brincadeira, embora feita com mais seriedade do que as previsões que se encontram nos jornais.” Por essa última afirmação podemos entender que a grande revolução provocada pela computação ainda não tinha sido completamente percebida pelos astrólogos brasileiros.

A matéria da Veja continua dizendo que a Escola Júpiter estaria mais preocupada em autoconhecimento do que em previsões. A matéria cita um médico homeopata, um administrador de empresas, um engenheiro e uma psicóloga que fazem uso de dados fornecidos pela astrologia para suas atividades. Ou seja, a imagem da astrologia estava em grande forma.

Mais uma Revista Júpiter, artigos excelentes
Mais recentemente, na REVISTA PIAUÍ (Maio de 2018), e de uma forma mais pessoal, a entrevista com a astróloga Bárbara Abramo apresenta o seguinte depoimento acerca do começo de sua carreira estudando na Escola Júpiter: “Foi durante a primeira gravidez que caiu em suas mãos um livro sobre astrologia. Fascinada, matriculou-se num curso sobre o tema na extinta Escola Júpiter, fundada por ninguém menos que o filósofo Olavo de Carvalho, hoje uma referência da direita brasileira”. A astróloga continua: “Na época ele era filiado ao Partido Comunista”. E completa: “Dizia para lermos Aristóteles e tinha uma visão mais filosófica da astrologia. Aprendi muito com ele.”  (https://piaui.folha.uol.com.br/materia/escrito-nas-estrelas/ )



Filosofia e reflexão na revista 
Independentemente das polêmicas e controversas ideias do filósofo Olavo de Carvalho de hoje em dia, o que nos interessa é sua atividade como astrólogo naqueles anos iniciais de década de 80. A perspectiva é histórica e sob esse aspecto deve ser entendida a presença do filósofo nessa escola de Astrologia. Inegavelmente, ele teve participação ativa na escola e colaborou produzindo textos reflexivos que aparecem nas revistas e na organização do departamento de publicações da escola. 

Outra grande astróloga, Cláudia Lisboa. começou sua carreira na escola quando morou uma breve temporada na capital paulista. Teve assim oportunidade de iniciar suas atividades profissionais fazendo cálculos matemáticos, desafiada pelo amigo Harres a entrar em sala de aula. A astróloga em ENTREVISTA para esta pesquisa (http://historiastrologsp.blogspot.com/2018/09/as-escolas-sao-local-de-aprendizagem-e.html) nos contou detalhes acerca desse começo de sua carreira na Escola Júpiter. Mais um depoimento que comprova o caráter de celeiro que a escola teve.

Logo, metáfora e inspiração 
Como se pode verificar, as atividades dessa escola como as aulas, eventos, publicações e abertura na mídia, justificam o sucesso e a influência exercida na época. Por toda essa movimentação, foi escola que se propôs a divulgar o conhecimento astrológico e formar profissionais. E, com certeza, realizou muito mais sob as auspiciosas promessas e significados da metáfora do Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci. Conseguiu gerar ações e inspiração para uma Astrologia de qualidade.






(*) O artigo citado de Antônio Carlos Bola Harres está na Enciclopédia de Astrologia, de James R. Lewis ( SP: Makron Gold, 1997) em sua versão brasileira com o título de PREFÁCIO À EDIÇÃO BRASILEIRA. Também é encontrado no link (http://espacoastrologico.org/astrologia-no-brasil/  maio 1997).


segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

ESCOLAS, LOCAL DE APRENDIZAGEM E DE ENCONTRO

Ana Maria Mendez González

Sabemos que a formação do astrólogo tem seguido caminhos particulares se compararmos com os de outras profissões. Mas, as escolas foram e continuam sendo importantes nessa função. Quais foram elas?

A descoberta de Escolas

Foram muitas as escolas que têm existido em São Paulo. Não imaginei tantas. Entre as que já fecharam e as que continuam em atividade, o número excede vinte. Daí que formam capítulo importante nesta história não só pela quantidade, como pelo que significam enquanto divulgadoras do conhecimento astrológico e formadoras de profissionais.

Algumas duraram muito, outras nem tanto. Independentemente do tempo de duração, sua maior ou menor relevância pode ser medida por promoverem eventos, organização de currículos e fazerem publicações. Todas foram (e são) importantes pontos de divulgação do conhecimento astrológico.

A primeira escola foi fundada em 1969. O Instituto Paulista de Astrologia (o IPA) propiciou encontros entre pessoas que geraram os programas de computação brasileiros mais utilizados pelos nossos astrólogos e foi ponto de partida da formação da Associação Brasileira de Astrologia (ABA).

Depois dela, tivemos a Escola Júpiter que Antônio Carlos Bola Harres, em seu texto (*) cita como sendo motivadora de outras três: uma no Rio de Janeiro, a de Cláudia Lisboa e em São Paulo, a Girassol de Maurice Iacoel e a GEA de Elizabeth Friedrich. Se observarmos mais de perto, cada uma delas poderá ter tido uma marca particular.

Porém, por enquanto, elas serão apresentadas nesta pesquisa sem critérios fixos como por exemplo a cronologia.

Elas constituem parte importante da formação do profissional astrólogo. São local de estudo e de encontros para a formação de uma consciência de grupo que é aspecto importante para o profissional.

Todas serão descritas nesta pesquisa. O conjunto delas apresentará significados históricos passíveis de serem lidos. Se porventura faltar alguma, a pesquisa é aberta a complementações. Informações serão sempre bem-vindas.

Meus agradecimentos a todas e todos que colaboraram com este trabalho de resgate passando informações. Ele só tem sido possível graças a essa generosidade.

(*) texto publicado como Prefácio da Edição Brasileira do livro ENCICLOPÉDIA DE ASTROLOGIA, de James R. Lewis (SP: Makron Gold, 1997) Também é encontrado no link (http://espacoastrologico.org/astrologia-no-brasil/  maio 1997).


sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

INSTITUTO DE ASTROLOGIA IO, FILHO DA LUA DE JÚPITER



Ana Maria Mendez González

Carlos Walker, além de astrólogo, é poeta, escritor, compositor e cantor, e nos brinda com sua experiência e reflexões como professor e responsável por escola de Astrologia.
 
POR UMA ASTROLOGIA APAIXONADA E VULCÂNICA

   A missão de nós, astrólogos, é refazer novos mitos, ouvir a voz oculta do inconsciente,
 fugir das padronizações vulgares dos símbolos do zodíaco, dos planetas e asteroides etc.”
Carlos Walker

O nome IO chegou pelo fascínio que as luas de Júpiter exercem em Walker. Em especial IO, cujo mito o encanta e que foi a escolhida e homenageada.
Folheto de divulgação

A Escola de Astrologia IO, Instituto Astrológico e IO-Espaço Cultural foi fundada em 2000 ao lado de Nelci Rogério, astróloga formada pela GAIA. Antes da criação da empresa e Escola IO, cursos de astrologia foram ministrados regularmente por alguns anos. Além da Astrologia, a escola contava com uma equipe de profissionais de outras áreas: Ayuverda, Tarô, Numerologias, Kabbalah, Yoga, Feng Shui, Reiki etc.

Durante o período de seu funcionamento, a escola passou por mudanças. No início, a IO atuava em Sorocaba e Jundiaí. Depois, ela foi transferida para São Paulo. Com o tempo, ela passou a ensinar exclusivamente Astrologia.
Apresentação de objetivos e programa de cursos

Os conteúdos são organizados em uma série de oito apostilas básicas que são utilizadas no decorrer de dois anos e meio de curso.

Antonio Carlos Bola Harres e outros professores foram convidados para cursos avulsos. Entre os temas abordados podemos citar Astrocartografia e a Santa Ceia.

A intenção maior da escola sempre foi o curso de formação técnica e profissional do astrólogo além de passar pela concepção do que seja o conhecimento astrológico na formação das pessoas.


O INÍCIO DE TUDO

O primeiro contato com a astrologia começou bem antes, no final dos anos 60. Carlos fez o curso completo de Astrologia na ABA por correspondência em 1973/74. Ele morava ainda no Rio e estava fazendo sucesso na TV Globo com as novelas globais, trilhas sonoras, programas etc. Era músico e não imaginava que logo se tornaria profissional de Astrologia. Em 1979 começou a dar aulas e a fazer atendimentos de clientes. Conheceu Cláudia Lisboa que estava vindo de São Paulo onde passou um tempo na Escola Júpiter e, com ela estudou o pensamento da Dona Emma de Mascheville.

Alunos em aula

O material da ABA e o contato com a Cláudia Lisboa, além dos livros em espanhol, francês e inglês que ele já tinha em sua biblioteca astrológica, que desde os anos 70 foi sendo formada, tudo isso deu alimento e nutrição suficientes para começar sua vida profissional como astrólogo. Ele então fez a troca definitiva: de músico famoso profissional para um astrólogo alternativo. Segundo ele, “Virei um astrólogo profissional e um músico mais alternativo”.

A atividade de Carlos Walker como professor de astrologia no Rio de Janeiro aconteceu em 1979, em Copacabana, no Espaço Kaanda Ananda e em Ipanema no Espaço Mandala, além de outros lugares. Nessa época suas turmas contavam com cerca de quinze a vinte alunos por turma, o que se manteve na escola durante anos.
Artigos compilados por alunos 

No início dos anos 80, começaram duas turmas grandes num espaço em São Paulo, na Praça da Árvore. Nessa época os alunos do Rio e de São Paulo resolveram compilar as aulas e fazer uma cartilha em formato de livro. Esse trabalho chamou-se "ASTROLOGIA, UMA ABORDAGEM LINGUÍSTICA" (1985), onde os prefixos e sufixos latinos eram associados aos movimentos dos planetas, em uma visão original de pensar-falar astrologuês e facilitar o mergulho linguístico no mapa. Além desse trabalho, ele publicou MITOGRÁFICOS (2007) em que reúne artigos de reflexão filosófica, simbólica e mítica, e astrológica.  

Artigos de reflexão filosófica, simbólica e astrológica

E intenso, ele conceitua: “A Astrologia é um desentupidor de sinapses e níveis de saber, assim como ativador do desenvolvimento do pensamento como linguagem e significado.”

OUTRO MUNDO

Naquela época, a Astrologia não era uma língua muito falada na mídia do cotidiano como acontece hoje em dia, em que os leigos já falam astrologuês, por influência do mundo digital ou porque os mais triviais termos da astrologia já se popularizaram em jargões. Há curiosidade e as pessoas acessam frequentemente a internet tendo conquistado o básico da terminologia técnica.
Apoio da mídia local: Jornal da Cidade

Naquela época não existia computador, nem celular, mesmo os jornais eram comedidos porque havia um preconceito velado e o editor ou o intelectual, mesmo se fizesse a leitura de mapa com profissional, não se mostrava adepto da astrologia na mídia. Ou seja, somente aqueles mais interessados corriam atrás para ter mais acesso do conhecimento astrológico. As pessoas chegavam aos cursos entre apaixonadas pelo assunto e ao mesmo tempo achando que talvez não conseguissem “desfolhar” a linguagem técnica.

Repercussão da IO no Jornal de Jundiaí

Segundo Carlos  “o mundo era neurologicamente mais tranquilo, menos velocidade, menos simultaneidade” em final dos anos 70 e toda a década de 80. Em seu linguajar de poeta, Walker diz que seus alunos, dos mais velhos e aposentados aos mais garotos não estavam “limitados ao binarismo tecnológico e se permitiam voar nos seus pégasus filopoéticos.” Ele continua: “Nenhuma década se compara aos anos 60-70. A magia vibrava os ares, as ruas, os ambientes.” 

Segundo ele, o mundo e cada lugar era diferente, singular, diferentemente do que ocorre hoje em dia com as redes McDonald´s e Habibs, as multinacionais se multiplicando   “com seus neons bregas, cafonas, ladeando, enfeiando os museus, as locações tradicionais, monstros do mercado destruindo símbolos mágicos tão antigos.” A partir dessa particular análise que Carlos faz podemos perceber uma ponta de saudosismo mas, ao mesmo tempo, ela abre para uma perspectiva crítica da Astrologia que ocorre hoje em dia e que o responsável do ensino astrológico deve levar em conta.

Palestras do Instituto Cultural de Astrologia são destaque em programa de rádio 

Segundo Walker, a escola passou por dificuldades o que não é raro em escolas alternativas e que se justifica pela instabilidade no número de alunos, pelo desnível crescente na cultura do país. Esta falta de interesse cultural, ele diz, acaba se refletindo no nível do interesse pela Astrologia como arte-ciência-pensamento-linguagem-saber e transformação linguística. Concluindo, ele diz: “Inúmeros desafios concretos e abstratos desafiam constantemente o ensino de uma Astrologia culta e séria.”



A EXPERIÊNCIA DE TER ESCOLA

No primeiro período da escola em que os cursos se faziam em espaço doméstico (de 1979 até 1999) assim como no período empresarial da IO (de 2000 aos dias de hoje) as experiências se configuraram múltiplas e sempre em sua maioria, gratificantes.

Para ele, estar em aula propicia uma “espécie de transe inspirador, porque posso instigar minha interioridade psíquica e me conectar com a escada espiral do tempo, da história, da arte, das técnicas que evoluíram através dos conhecimentos, dos níveis cíclicos de consciência que a humanidade caminha.”

IO Institudo Cultural de Astrologia recebe evento inter-religioso

Para ensinar Astrologia é necessário entrar em áreas da psicologia comportamental, da sociologia e da ciência natural e "antinatural" de nossos tempos. Mas acima de tudo compreender " a dialética dos sentidos da linguagem".

Pensador e poeta da Astrologia, ele confessa: “Sou contra todo tipo de corporação e institucionalização do saber astrológico. O astrólogo é o Hermes Trimegisto de jeans, destes tempos perigosos atuais, em que os robôs das próximas e breves gerações estarão em áreas estratégicas, em que só deveriam estar as mentes humanas mais conscientes.” Como podemos observar, ele não tem medo de polêmica e ainda contabiliza ganhos com o tempo na Astrologia: “E quanto mais velhos ficam os astrólogos mais despertas e luminosas ficam suas antenas psíquicas.”

Ele continua: “O astrólogo terá que enfrentar o Monstro Tecnológico Binário e redutor para otimizar o lado positivo da tecnologia, e despertar quem sabe o PENSAMENTO e a linguagem HOLOGRÁFICA. Caberá ao astrólogo recuperar todas as línguas mortas, re-arborizar todas as línguas   ainda vivas e identificá-las no sagrado e infinito caminho das estrelas.”

Como pensador que é, Carlos se expande em aspectos significativos do saber astrológico claramente sob influência das paixões e atividade vulcânica de IO, a Lua de Júpiter.

Educador, ele finaliza com reflexão maior : “O ensino da Astrologia é um exercício de humanismo e universalidade.”


terça-feira, 14 de janeiro de 2020

TRIOM, EDITORA E CENTRO DE ESTUDOS

Autora: Ana Maria Mendez González

Qualidade e inovação podem ser dois termos definidores das atividades da TRIOM. Saiba o porquê.


ASTROLOGIA E DANÇAS CIRCULARES

Apresentação em mailing (Logo da empresa) 
A TRIOM Editora e Centro de Estudos foi fundada em 1991 por Renata e Ruth Cintra e esteve ativa até o ano de 2010. Além de publicar livros, oferecia palestras e cursos de Astrologia e outros assuntos afins. Foi pioneira na divulgação das danças circulares, uma prática trazida de Findhorn, importante comunidade da Escócia.

Em 1993 a TRIOM , mudou para sua segunda sede criando a Livraria e convidou Rodrigo Araês Caldas Farias para sócio nesse segmento. Rodrigo Araes e outros astrólogos ofereceram cursos de Astrologia.

A TRIOM foi um ponto de encontro e de trocas para astrólogos com eventos de frequência regular, que eram bem concorridos. Neles eram oferecidos ao público palestras e atendimentos aos presentes: os Encontros de Lua Nova (em parceria com KDP Kepler).

Uma publicação era distribuída por correio com notícias e programação variada na qual se encontrava a Astrologia, as Danças Circulares e outras áreas afins. Essa mescla de interesses era algo comum da época.
Agenda Fevereiro e Março

Agenda Abril

A TRIOM tinha como objetivo principal o despertar da consciência espiritual do ser humano e era aberta à divulgação de várias tradições. As publicações da editora eram de qualidade e os temas priorizavam educação e transdisciplinaridade, filosofia e Nova Era.  

Uma de suas publicações trouxe a Astrologia em temas relacionados à História e Cultura brasileiras: Brasil Corpo e Alma – Re-Conhecendo o Brasil pela Astrologia. Com organização de Renata C. Lima Ramos, o livro apresenta dezesseis textos elaborados por dezesseis autores. O projeto (seminário e publicação) foi realização de uma parceria entre as áreas de Astrologia e Recursos Humanos.
Capa do livro publicado e associado a evento
A descrição completa do histórico e atividades da TRIOM estão no site cujo link segue: (*)http://www.triom.com.br/estudos/sobre/


Outras imagens a seguir:



Folheto de divulgação: Encontros de Lua Nova (1)


Folheto de divulgação: Encontros de Lua Nova (2)
Curso de Formação em Astrologia
Visão da neswletter da Triom, enviada por correio


quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

UM CENTRO DE ESTUDOS E FORMAÇÃO: HERMES

Ana Maria M González 

As escolas podem ser mais do que locais de aulas e encontros. No caso da Hermes, temos também pesquisas, perspectiva técnica de estudo e prática de Astronomia.  

ESCOLA E CENTRO DE PESQUISAS ASTROLÓGICAS HERMES

A escola Hermes já existia desde 1984, mas foi fundada oficialmente em dezembro de 1987 tendo funcionado em São Paulo por mais de quinze anos. Carlos Fini e Yara Tramontina, seus responsáveis, esperaram cerca de um ano para que o mapa escolhido da fundação pudesse acontecer. Esse dado é sintoma da seriedade com que a escola veio ao mundo. 
Programa de cursos 1996

As aulas eram dadas pelos dois sócios a quem se juntou Patrícia Boni que depois de ter parte de sido aluna, foi convidada e lecionou na escola por sete anos de 94 a 2000. Segundo suas memórias, quando ela aceitou o convite para lecionar em outra escola de astrologia em 2001, possivelmente Carlos Fini já estivesse deixando São Paulo para morar em Curitiba.

A metodologia de ensino seguia o curriculum oficial elaborado pela ABA (Associação Brasileira de Astrologia) instituição à qual era afiliada. Os cursos eram realizados mensal ou semestralmente e havia cursos de final de semana pensados para os alunos que vinham de outros Estados do Brasil. Todos eles eram finalizados com supervisão o que garantia uma segurança na formação do profissional.

Os anos letivos eram finalizados com eventos, esperados pelos alunos, que apresentavam trabalhos de pesquisa e recebiam os certificados de conclusão de curso.

Atividade em sala de aula
Yara Tramontina foi sócia e fundadora. Além disso, montou cursos de sinastria, astrodiagnose (indicado para profissionais da área da saúde) e de astrologia e saúde mental que não eram muito comuns na época. Este último foi desenvolvido por Yara a partir da experiência de trabalho que ela teve como técnica no Ambulatório de Saúde Mental de Itaquera (do Estado de SP) tempo em que teve contato com várias patologias tais como esquizofrenia, transtornos e déficit de atenção, psicose, hiperatividade, ideação suicida. Essa experiência de trabalho se desenvolveu junto a psiquiatras e terapeutas e lhe deu subsídios para seu trabalho como astróloga. Além disso, de sua experiência como psicodramatista elaborou vivências com planetas.

Carlos Fini tinha uma perspectiva técnica especializada em previsões e interferia na área da Bolsa de Valores. Além disso, organizava encontros para discutir temas de sua especialidade como a neurociência e modelos psicológicos, de acordo com a imagem recolhida na internet: Encontro para Divulgação Científica e Técnica da Astrologia (dez/2011).

Material de divulgação

A escola Hermes implantou o projeto inovador Planetarium de ensino de astronomia em escolas a partir do planetário adquirido da Goto, empresa japonesa. O maquinário era móvel e estacionava nas escolas. Patrícia Boni era a técnica planetarista responsável por aplicar o programa de astronomia nas escolas passando fundamentos da astronomia para as crianças e adolescentes. Ela já tinha feito vários cursos no Planetário e Escola de Astrofisica  Prof Aristóteles Orsini  do Parque Ibirapuera e tinha experiência como educadora da extinta Secretaria do Menor, tendo também trabalhado em escolas de educação infantil.

Na verdade, esse programa do planetário tem caráter metafórico e definidor dessa escola refletindo os ideais de seus fundadores. Bom saber que a Escola e Centro de Pesquisas Hermes continue seu caminho em outra capital do Brasil, Curitiba.

PS: Yara Tramontina na época da fundação da escola usava o nome Yara Maria Doarte Sousa.
Yara em sala de aula
Cursos 
Planetário
Ficha de Aluno
Festa e celebração
Bolo astrológico
Astrologia Infantil 
Carlos Fini e aluna