quinta-feira, 6 de outubro de 2016

DE ASTROLOGIA, TECNOLOGIA E GRUPOS ESPECIAIS

Autoria: Ana González


Se tivermos certo tipo de atenção sobre relatos de memória, poderemos descobrir detalhes que podem surpreender por seus aspectos humanos e afetivos. Tais relatos ganham colorido.

Ao buscar as histórias dos programas Vega e Pegasus para cálculos astrológicos, descobri outras de que eu sequer suspeitava a existência. Assim descobri um grupo especial em torno da busca por novidades tecnológicas: alunos e um mestre. Como isso aconteceu?

Antonio Facciollo no início de sua carreira profissional, como todos os astrólogos daquela época, fazia os cálculos manualmente. Tábua de logaritmos, efemérides e outros apetrechos necessários, além de alguma capacidade matemática.

Preocupado com a precisão dos números, aceitou rapidamente as primeiras calculadoras, máquinas bem rudimentares nos anos de 1973/1974. E aberto ao contato com seus alunos percebeu logo interesses comuns. Todos desejavam os recursos tecnológicos que estavam chegando.

Assim como tinha acontecido entre os profissionais na época dos cálculos manuais, em que havia trocas de livros técnicos, equações e publicações estrangeiras, também na época do aparecimento de novas tecnologias, houve comunicação e partilha de novidades.  Eram disquetes, rotinas em tiras de papel, notícias, cópias piratas que passavam de mão em mão. 

Houve uma movimentação muito grande. Estava montado um cenário adequado à produção de conhecimento e realizações.

Ao entrevistar Antonio Facciolo, pouco tempo depois, pude confirmar algo de que eu já tinha tido indícios. Ele e seus alunos Amauri Magnana e Paulo de Tarso tinham formado um grupo muito especial, trabalhando por um objetivo comum. Eram possibilidades abertas que resolveriam as necessidades de todos.

 A curiosidade dos jovens foi acolhida pelo mestre. Eles tinham competências na área das matemáticas, puderam aproveitar o momento. Eles aprendiam e acompanhavam o entusiasmo do professor. Tornaram-se companheiros e amigos.

Enquanto isso, o caldeirão do conhecimento acontecia. Primeiramente as calculadoras simples, depois as programáveis e, por fim, os computadores pessoais. O professor indicava o caminho da astrologia. A adaptação para a linguagem tecnológica foi o trabalho dos jovens. Os programas que inicialmente eram distribuídos aos amigos, começaram a ser vendidos por insistência do professor.

Os jovens não pararam mais de produzir sempre buscando aperfeiçoamento e a inclusão de novos dados astrológicos.

Nas três entrevistas que eu realizei, apareceu a mesma narrativa de um clima de cooperação. Um brilho nos olhos do mestre ao relembrar esse encontro. O mesmo brilho dos olhos dos dois alunos.

Será que eu estou fazendo uma análise subjetiva? Por outro lado, talvez as três personagens envolvidas não tivessem noção do que acontecia. Porém suas vidas foram marcadas por aqueles acontecimentos.  Duas biografias foram direcionadas para a tecnologia a serviço da astrologia. Direcionadas para sua vocação.

Circunstâncias especiais mudam nossas vidas. Nesse caso, os dois alunos tiveram o privilégio de encontrar um mestre. O mestre exerceu seu Magistério.

Juntos, formaram um grupo muito especial em que uns resolviam as necessidades dos outros. Um encontro especial. Sorte deles. Sorte nossa.

Um comentário:

  1. nossa..que saudades!O ano em que fiz GEA, meu professor foi o Facciollo! Foi um divisor de águas na minha vida!

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