Autoria: Ana González
“Naquela época não tínhamos internet. Só havia o
curso
por correspondência na Regulus em SP.
Era longe.
Resolvemos montar um grupo de
astrologia em Campinas.”
ORIGEM
Rose Villanova quando se mudou para Campinas em 1984, quis
fazer um curso de astrologia e não teve sorte ao buscar uma escola ou professor.
Teve a indicação de Cecilia França, com entrou em contato. Como ela ia para Campinas todas as semanas
para fazer supervisão em psicologia analítica, área em também atuava, fez a
proposta: se Rose montasse uma turma, ela daria aula de astrologia.
Então, Rose mobilizou seus recursos pessoais. Espalhou
cartazes pela cidade em casas de produtos naturais e esotéricas. Juntou
dezesseis alunos. As aulas aconteceram em uma loja de produtos naturais no
bairro Barão Geraldo chamada Cia do Campo.
Era o segundo semestre de 86. Chegou a tornar-se sócia da
dona da loja que acabou sendo depois ma espécie de quartel general do grupo. Logo
conheceu Fernando Guimarães que em 1987 também começou a dar aulas para outra
turma. Um grupo de estudo foi também formado por alunos de turmas anteriores.
Chegaram outras pessoas para dar aulas, como o professor Álvaro
Schmidt Neto, que participara da Escola Júpiter juntamente com Olavo de
Carvalho ou para dar e participar das palestras que ocorriam com regularidade.
Entre os anos 87 e 88, outras turmas e níveis de conteúdo. O curso se
expandia.
Estava se aproximando o momento de aparecer uma organização
mais formal.
DAS REUNIÕES INFORMAIS AO ESTATUTO DE INSTITUIÇÃO
Os alunos dos vários professores (Cecília França, Fernando
Guimarães e Álvaro Schmidt) continuaram a se reunir nas aulas e fora delas para
estudar e discutir astrologia.
Os participantes do grupo começaram a participar de
congressos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Frequentaram alguns cursos com
Adonis Saliba (Astrologia Eletiva), com Maurício Bernis (Astrologia Empresarial
e Economica) e com Sérgio Mortari (Astrologia Médica). Rose Villanova também
fez curso de Astrologia Preditiva com Waldir Fücher e depois no Rio com Otávio
Azevedo de Astrocartografia. Fernando Guimarães apresentou ao grupo o astrólogo
Darci Lopes que começou a vir a Campinas para dar palestras.
Tantas atividades promoveu entusiasmo no grupo e a ideia de
formar uma associação de astrólogos da região. Organizou-se, então, um Encontro
de Astrologia de Campinas e Região que ocorreu em 13 de novembro de 1988. A
pauta era: criação da Associação dos AACR – Associação dos Astrólogos de
Campinas e Região; sugestões para trabalhos de grupos de estudo; elaboração de
um boletim informativo. Esse foi o primeiro esboço do que seria a Astrocamp.
A partir daí, a associação foi sendo amadurecida. Em 30 de
Setembro de 1990 às 9h45 minutos, ela foi registrada em cartório e na Receita
Federal, com CGC e todas as formalidades de uma associação.
O advogado Guido Ivan de Carvalho, amigo do grupo, que a
pedido da Maria Eugênia de Castro já tinha elaborado o estatuto da Sarj no Rio
de Janeiro, colaborou nessa tarefa. Dalva Helena Tupinambá, advogada e
astróloga, acompanhou esse processo jurídico junto a ele, eleito pelo grupo
associado de honra.
Estavam presentes no ato da fundação César Moura, Alma A. Bacci
Garcia, Dalva Tupinambá, Rose Villanova, Eduardo Moreno Marques, Yolanda
Martinelli de Souza e Fernando Mattos Guimarães. Também participaram da
instituição entre outros: Darci Lopes, Juarez Fausto Prestupa, Lilia Donadon, Bronislav
Antonys Drabek, Sonia Regina Pequeno e
Yolanda Martinelli.
ATIVIDADES DA ASSOCIAÇÃO
Havia boletins mensais e reuniões que ocupavam a tarde toda
(contando com lanche compartilhado!). Nelas, os associados davam palestras que
eram acompanhadas de discussão.
Além dessas reuniões, aconteceram também nove palestras,
realizadas aos sábados mensalmente, com astrólogos convidados e especialistas de
outras áreas de interesse (radiestesia e iridologia) realizadas em locais mais
amplos com um público mais eclético e em maior número. O intercâmbio com
astrólogos de São Paulo e outras cidades era grande.
Houve três eventos maiores com formato de congresso. O
primeiro em Jaguariúna, no hotel Jaguari, a 26 de novembro de 1993 com pouco
mais de cinquenta participantes. O segundo foi em um restaurante em Holambra. O
terceiro em águas de São Pedro no Hotel Fazenda Fonte Colina Verde nos dias 23,
24 e 25 de agosto de 1996. Antes desse terceiro encontro, Darci Lopes
apresentou a Rose Villanova, Valdenir Benedetti que foi de grande ajuda na
organização. Este último contou com mais de cem fichas de inscrição, o que é um
número grande levando-se em conta ser um evento de astrologia em contexto
regional.
Os convites eram enviados e alguns patrocínios conseguidos
para as despesas do hotel. Às vezes, os participantes se cotizaram para bancar
os palestrantes locais e convidados de outras localidades: Rose Villanova, Lidia
Carmelli, Darci Lopes; Kika Magalhães; Henriete Fonseca, Paulo Granjeiro, Nezilda
Passos, Hanna Opitz, André Peixoto, Elza Calder. Rui Sá foi palestrante em
todos os eventos.
O estatuto instituía reuniões duas vezes por ano. Nelas eram
definidas atividades e a realização de evento e/ou conferência. Houve até a
eleição de um Conselho Consultivo.
REPERCUSSÃO
Desde os primeiros momentos, o grupo se preocupou em
emprestar às atividades uma seriedade e compromisso formal. Assim desde os
primeiros cursos, antes da formalização da instituição, havia um esquema
saturnino de provas e exame. As reuniões do núcleo de estudos davam certificado
para seus frequentadores. As reuniões da diretoria tinham atas de registro. A
intenção era realizar encontros anuais. Os eventos contavam com questionários
de avaliação para os participantes preencherem dando opinião, críticas e
sugestões. E certificados de participação.
A última ata registrada é de 11 de novembro de 1994. O
último evento da entidade, segundo ela, foi em 1996. Aos poucos, a Astrocamp foi
perdendo a força inicial. Entre as primeiras reuniões informais até o final de
funcionamento da instituição, foram pouco mais de seis anos de trabalho fora
dos grandes centros em que normalmente as coisas acontecem.
As instituições têm um começo e, muitas vezes, um fim. São
muitas as dificuldades para manter uma instituição funcionando. Resistências
normais à realidade: inúmeras tarefas, problemas de verbas. Mas, podemos dimensionar
a extensão de uma instituição pela seriedade e dimensão de suas ações. A
história da Astrocamp mostra um esforço conjunto de seus membros, uma
disposição para o estudo compromissado da astrologia que com certeza deixou
sementes.
Em depoimento, Darci Lopes lembrou certa vez que ele também
acreditou nesse ideal astrológico que foi sustentado por Rose Villanova e por
Fernando Guimarães. Segundo ele, tal idealismo propiciou que a instituição
acontecesse.
Rose Villanova foi secretária, tesoureira e até presidente
da associação, talvez a gestão mais marcada por eventos de sucesso, segundo
depoimentos de colegas. Ela foi a alma
da instituição e juntou em torno de si parceiros de mesmas intenções.
Uma última observação: havia comemoração no Dia de Reis, o dia do Astrólogo. Com certeza, era um grupo que também se divertia muito!
AS IMAGENS: o logo da instituição, uma planilha de gastos, o
folder de um evento, um mapa do Rio de Janeiro distribuído para estudo do
grupo, um certificado de participação em evento e uma ficha de inscrição .
Que saudades...ótimos encontros, momentos...enfim memórias😍
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