sexta-feira, 24 de abril de 2020

AS MUITAS ESCOLAS E ANDANÇAS DE VALDENIR BENEDETTI


Ana Maria Mendez González

         Sua formação como fotógrafo profissional antes da astrologia lhe dava uma percepção aguçada da realidade. Era original na maneira de olhar as técnicas investindo sempre em nomes e conceitos criativos e originais. Podemos apontar também outras qualidades como seu bom humor, com pitadas de ironia e inteligência.
Valdenir e amigos (Paula, Ana Cristina, Maurício, Robson, Douglas, Renata)

         Além disso era empreendedor, tendo realizado eventos pelo Brasil e organizado inúmeras publicações juntando artigos de colegas de profissão. As editoras Hipocampo, Roka, Massao Ono entre outras, publicaram seus livros. Trabalhou na Editora três, na série Astrologia Hoje como editor. Publicou artigos na Revista Planeta.
        
        E, o que nos interessa neste momento, foi professor. Deu aulas, organizou cursos em vários endereços, foi sócio de várias escolas.

ESCOLAS

        A primeira funcionava em uma sala de uma casa térrea na Rua Natingui. Depois de uma varanda, chegávamos a uma sala onde havia cadeiras e quadro negro. Era conhecida, embora não tenha ganhado nome nem registro e as aulas eram concorridas. Possivelmente iniciou nos anos 1982 ou 1983. Nessa escola havia também
Descalço,  à vontade
aulas de Edmur Balle que junto de Valdenir tinha sido aluno de Wanderley Vernilli.

       Foi sócio de Mônica Alencar na escola Astro-Logos em São Paulo, de 1988 a 1992, em um projeto alimentado por ideais gregos e pelo desejo de conceitos astrológicos, tudo em clima de sofisticação.

        Talvez já tivesse saído dessa sociedade quando participou da empresa Cintila Eventos com Cintia Stasi, que foi registrada em 1991. Com a proposta de organização de eventos, a sociedade trouxe nesse mesmo ano a astróloga Donna Cunningham que divulgava a pesquisa acerca de Plutão que estava registrada no livro recém traduzido ao Português e publicado pela Editora Pensamento, “Plutão no seu mapa Astrológico”. Enquanto Cintia tinha a função administrativa, de organização logística e financeira, ele dava andamento aos contatos e eventos nessa sociedade que não durou mais do que dois anos.

       Outra escola chamou-se Planeta e funcionava em prédio na rua Pamplona ainda em São Paulo. Em outro andar do mesmo edifício foram organizados dois eventos: o Primeiro Encontro da Astrologia em São Paulo (1997) e o segundo denominado Astrologia do Amanhã (setembro de 1998). No ano de 1998, Valdenir foi para a Bahia.


Mudanças sem fim
    
        Além do Paraná e Bahia, também esteve no Rio de Janeiro em 1986 e 1987 dando aulas na Astrocientia, importante escola divulgadora do conhecimento astrológico. Ele era chamado e não negava convites.     
         
     Por isso não é fácil seguir os passos de Valdenir, especialmente entre os anos finais do século XX e o início do século XXI.

Valdenir e amigas (Ana Maria, Tereza, Rose e Cláudia)  

     Depois do evento da Grande Conjunção em Touro, em 2000, em São Paulo, ele foi para Curitiba onde esteve também no início de 2001 e em 2005. Lá deu aulas perto da escola da Aline Alvarenga e fundou a escola Casa do Olho, na frente do Museu Niemayer. Esteve também em Salvador na Bahia. Foi e voltou a essas cidades. Em todos os lugares por onde passou, tinha público para leitura de mapa, aulas e cursos.

        O depoimento de Adriane Fayet, de Curitiba diz “Entre o final de 2000 e 2001, ele montava temas para estudarmos. Participei de casas derivadas, sinastria e outros. A turma tinha uma boa base e ele não era exatamente didático. Cada aula era uma reflexão de acordo com livros que ele lia ou insights que tinha. Lembro-me do mês de aulas sobre os elementos com base no livro do Xamã Miguel Ruiz. Foi sensacional, com uma visão muito ampliada da própria Astrologia.”
Escola Planeta (ciração Douglas Marnei)

        Era assim seu comportamento como professor. Criativo e trazendo a reflexão para além das teorias conjugando outras áreas o que enriquecia sua abordagem da Astrologia.


VOLTANDO A SÃO PAULO

        A partir de 2006, em São Paulo, ele deu aulas em sua casa e na casa de amiga Maria José Langone para um grupo pequeno.

       Entre a primeira escola e essa fase de aulas a grupos fechados em São Paulo, muitas mudanças aconteceram. Até que se instalou em São Paulo onde ainda passou por mais de um endereço. Difícil – e desnecessário- saber as datas.

      O mais importante talvez seja interpretar essa mobilidade geográfica naquilo que ela sugere como comportamento e modo de vida. Uma natureza inquieta, talvez intranquila, por vezes polêmica, e com certeza, apaixonante.

       Ele gerou livros e eventos, juntou pessoas, compartilhou conhecimento, abriu consciência a partir da leitura de mapas, explorou as estradas e alimentou cidades. 
     
Com dois óculos, rindo.
 
       Com essa intensidade vital não lhe sobrava tempo para organizar sua vida material. E ao mesmo tempo, tais escolhas talvez o tenham enfraquecido fisicamente, aos poucos. Nos últimos tempos de sua vida, estava debilitado na saúde.


       Ele faleceu por um ataque cardíaco em julho de 2009. Uma morte que pode se assemelhar a um grito de basta à vida. Ou talvez fosse apenas um acordo para mais paz e equilíbrio.

        Deixou um legado de ensinamentos de astrologia e de saudades. Recebeu de um aluno o codinome de "Grande Astrólogo Moderno do Brasil", o que lhe cabe muito bem.  Deixou uma legião de fãs e muitos órfãos de suas aulas e reflexões astrológicas.

PS: Para mais informações a respeito de Valdenir Benedetti, siga o link.
https://historiastrologsp.blogspot.com/2017/01/minha-amizade-com-valdenir-benedetti.html



Nenhum comentário:

Postar um comentário