Ana Maria Mendez González
Sua formação
como fotógrafo profissional antes da astrologia lhe dava uma percepção aguçada
da realidade. Era original na maneira de olhar as técnicas investindo sempre em
nomes e conceitos criativos e originais. Podemos apontar também outras qualidades
como seu bom humor, com pitadas de ironia e inteligência.
Valdenir e amigos (Paula, Ana Cristina, Maurício, Robson, Douglas, Renata) |
Além disso
era empreendedor, tendo realizado eventos pelo Brasil e organizado inúmeras
publicações juntando artigos de colegas de profissão. As editoras Hipocampo,
Roka, Massao Ono entre outras, publicaram seus livros. Trabalhou na Editora
três, na série Astrologia Hoje como editor. Publicou artigos na Revista
Planeta.
E, o que nos
interessa neste momento, foi professor. Deu aulas, organizou cursos em vários
endereços, foi sócio de várias escolas.
ESCOLAS
A primeira
funcionava em uma sala de uma casa térrea na Rua Natingui. Depois de uma
varanda, chegávamos a uma sala onde havia cadeiras e quadro negro. Era conhecida,
embora não tenha ganhado nome nem registro e as aulas eram concorridas. Possivelmente
iniciou nos anos 1982 ou 1983. Nessa escola havia também
aulas de Edmur Balle
que junto de Valdenir tinha sido aluno de Wanderley Vernilli.
Descalço, à vontade |
Foi sócio de
Mônica Alencar na escola Astro-Logos em São Paulo, de 1988 a 1992, em um
projeto alimentado por ideais gregos e pelo desejo de conceitos astrológicos,
tudo em clima de sofisticação.
Talvez já
tivesse saído dessa sociedade quando participou da empresa Cintila Eventos com
Cintia Stasi, que foi registrada em 1991. Com a proposta de organização de
eventos, a sociedade trouxe nesse mesmo ano a astróloga Donna Cunningham que divulgava
a pesquisa acerca de Plutão que estava registrada no livro recém traduzido ao Português e publicado pela
Editora Pensamento, “Plutão no seu mapa Astrológico”. Enquanto Cintia tinha a
função administrativa, de organização logística e financeira, ele dava
andamento aos contatos e eventos nessa sociedade que não durou mais do que dois
anos.
Outra escola
chamou-se Planeta e funcionava em prédio na rua Pamplona ainda em São Paulo. Em
outro andar do mesmo edifício foram organizados dois eventos: o Primeiro Encontro
da Astrologia em São Paulo (1997) e o segundo denominado Astrologia do Amanhã (setembro
de 1998). No ano de 1998, Valdenir foi para a Bahia.
Mudanças sem fim
Além do Paraná e Bahia, também esteve no Rio de Janeiro em 1986 e 1987 dando aulas na Astrocientia, importante escola divulgadora do conhecimento astrológico. Ele era chamado e não negava convites.
Por isso não é fácil seguir os passos de Valdenir, especialmente entre os anos finais do século XX e o início do século XXI.
Valdenir e amigas (Ana Maria, Tereza, Rose e Cláudia) |
Depois do evento da Grande Conjunção em Touro, em 2000, em São Paulo, ele foi para Curitiba onde esteve também no início de 2001 e em 2005. Lá deu aulas perto da escola da Aline Alvarenga e fundou a escola Casa do Olho, na frente do Museu Niemayer. Esteve também em Salvador na Bahia. Foi e voltou a essas cidades. Em todos os lugares por onde passou, tinha público para leitura de mapa, aulas e cursos.
O depoimento
de Adriane Fayet, de Curitiba diz “Entre o final de 2000 e 2001, ele montava
temas para estudarmos. Participei de casas derivadas, sinastria e outros. A turma
tinha uma boa base e ele não era exatamente didático. Cada aula era uma
reflexão de acordo com livros que ele lia ou insights que tinha. Lembro-me do mês
de aulas sobre os elementos com base no livro do Xamã Miguel Ruiz. Foi sensacional,
com uma visão muito ampliada da própria Astrologia.”
Escola Planeta (ciração Douglas Marnei) |
Era assim
seu comportamento como professor. Criativo e trazendo a reflexão para além das
teorias conjugando outras áreas o que enriquecia sua abordagem da Astrologia.
VOLTANDO A SÃO
PAULO
A partir de
2006, em São Paulo, ele deu aulas em sua casa e na casa de amiga Maria José Langone
para um grupo pequeno.
Entre a
primeira escola e essa fase de aulas a grupos fechados em São Paulo, muitas
mudanças aconteceram. Até que se instalou em São Paulo onde ainda passou por
mais de um endereço. Difícil – e desnecessário- saber as datas.
O mais
importante talvez seja interpretar essa mobilidade geográfica naquilo que ela
sugere como comportamento e modo de vida. Uma natureza inquieta, talvez
intranquila, por vezes polêmica, e com certeza, apaixonante.
Ele gerou livros
e eventos, juntou pessoas, compartilhou conhecimento, abriu consciência a
partir da leitura de mapas, explorou as estradas e alimentou cidades.
Com essa intensidade
vital não lhe sobrava tempo para organizar sua vida material. E ao mesmo tempo,
tais escolhas talvez o tenham enfraquecido fisicamente, aos poucos. Nos últimos tempos de sua vida, estava debilitado na saúde.
Ele faleceu
por um ataque cardíaco em julho de 2009. Uma morte que pode se assemelhar a um
grito de basta à vida. Ou talvez fosse apenas um acordo para mais paz e
equilíbrio.
Deixou um
legado de ensinamentos de astrologia e de saudades. Recebeu de um aluno o codinome de "Grande Astrólogo Moderno do Brasil", o que lhe cabe muito bem. Deixou uma legião de fãs e
muitos órfãos de suas aulas e reflexões astrológicas.
PS: Para mais informações a respeito de Valdenir Benedetti, siga o link.
https://historiastrologsp.blogspot.com/2017/01/minha-amizade-com-valdenir-benedetti.html
PS: Para mais informações a respeito de Valdenir Benedetti, siga o link.
https://historiastrologsp.blogspot.com/2017/01/minha-amizade-com-valdenir-benedetti.html